A ARTE O FIO QUE LIGA OS CINCO CONTINENTES
A POESIA é o fio de ouro que liga de um poeta
Ao outro e de um continente ao outro e esta ligação
Tem atravessado o tempo numa perspectiva de
Eternidade se não por algo parecido. O que me agrada
É esta certeza de que estamos entrelaçados por esse fio
Que é do metal mais nobre e não por um insignificante
Fio de náilon. Olho para os cinco continentes e vejo
Esperança no olhar de uns, e de outros derramar-se em pranto.
E a paz na casa de uns tantos? Ah! É como meus versos
Despidos de métricas e rimas. E, se não fosse a arte
O fio de ouro que liga de um continente ao outro?
O que disseram os Profetas e, ou os Reis de outras datas
Que estendeu seu olhar aos cinco continentes?
Aos seus ouvidos chegavam clamores de uns tantos
E júbilos de uns poucos. Ainda bem que a Poesia liga
Um poeta ao outro e um continente ao outro!
Levantes, oh pequeno caído e digas quem és tu!
Afaga-lhe o peito a ufania do nada, e quem a ti traz a
Salvação? És tu que estás chorando, oh continentes infelizes!
Mas, o poeta também chora ao olhar a tua desgraça.
Vi meus avós, meus pais falarem sobre:
Tempos bons virão! A paz reina nos sonhos de todos.
Acabou que não vi o tempo passar; nem os cinco
Continentes viram. Entretanto, as luas são incontáveis.
Aqui estou viva. E minha alegria não se descreve
Com a alegria das borboletas da minha idade.
É essa ligação entre os poetas dos cinco continentes
Que tem atravessado o tempo numa perspectiva de
Eternidade. É consoladora, apesar dos conflitos,
Esta certeza de que estamos entrelaçados...
É porque nos versos do poeta leia-se a liberdade,
A do bater de asas da borboleta recém saída do casulo.
Nos dias atuais o que reina é o imediatismo frenético.
Raros os que a tentar-se ao mundo em sua volta;
Não é de se admirar que sejam muitos os que vivem a olhar
Em direção aos próprios pés, com um olhar febril para o deslumbre
Da efemeridade das imagens. Eu como poeta que sou procuro olhar
Alem do papel sobre a minha escrivania, por essa razão ouso
Atravessar fronteiras para levar o meu pensamento que de
Certo modo é coletivo. Quando ouso atravessar fronteiras, deixo de ser
Apenas uma poeta, assumo o papel de uma nação, que através
Da poesia leva onde for a sua cultura, certa de que serei
Recepcionada com festividade, e que trarei na bagagem
Outras tantas lições culturais para agregarem a minha.