Ambulantes

Somos natureza ambulante

Que passeia pelas estações.

Nossas raízes nos criam

Murchamos ao fim

Nesse ínterim, florimos...

Transpondo milésimos

Nossas folhas se enverdecem

Mas em tom queimado caem.

Somos alma que ora é gelo

Se endurece, enrijece, enraivece,

Ou se derrete ao calor das emoções.

Composição amena

Que cria climas,

Esparsa energias

Que em fios invisíveis

Transporta conexões.

Nosso limiar é frágil!

Finda-se no agora.

E o tempo que nos gera

Ou que nossa face cora

É o mesmo que nos devora.

Parece que ele se arrepende

De nos fazer brotar

E vinga a natureza ambulante

Que ele mesmo nos dá.

Lucas Costa.