DISFARCES
Hoje levantei bem cedo
saí do meu ninho de amor
deixei o calor dos teus braços
com vontade de ficar
Na sala beijei as crianças
e segui em frente
Batente, batente!
Mal viro a esquina
calmamente recarrego o pente
e descarrego em tua face
Vejo o teu sorriso
sem graça
desfalecendo
l e n t a m e n t e
Do bolso saco outro pente
e desliso entre os cabelos
arrumando o meu disfarce
Sou gente
e entre os becos
e os guetos da cidade
vou amando
e odiando loucamente
Disfarces, disfarces
da nossa desvairada
humanidade