HOUVE AS TROMBETAS

Sempre houve as trombetas,

Sempre ouviusse,

O som ensurdecedor da ganância,

Estava ali, perto de tua jugular,

Como um pernilongo em seu

Suave e sugante sussurro.

Era então um canto alto,

Mas tu percebia apenas sibilos,

Pela mente entorpecida,

Na vã ilusão da telinha.

Ela também se alimentava

Da sua egoísta ignorância,

Dourada no óleo do orgulho

Presunçoso.

Hoje você grita e ranje dentes,

Reclama dos decibéis doloridos

Das trombetas. As mesmas de outrora

Hoje as ouve, quando antes havia

O sibilo

E nem a dor dos que ensurdeciam

Ao teu lado, chegavam as tuas orelhas.

Mas hoje engrossas as fileiras dos surdos.

Só hoje percebeste o que houve

Só hoje ouve

Mas hoje ja há mais nada que possas

Fazer pra aplacar as trombetas.

Hoje, elas não ouvem.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 15/07/2019
Código do texto: T6696333
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