Garoas

Caem as chuvas incomodas e frias.

Calçadas, serpentes de pedra, iluminadas .

Sempre um atropelo , novelos de pessoas

Essa ranger de pneus e o tic tac dos saltos.

Dos desesperados, e na pressa, correm

Igual ao veloz deslizar , das rodas, nos carris

Oblíquas águas, refazendo o horizontalidade do mar

Chocando-se na colcha da espumas, nas brumas

Dos cais de pouca luz, onde vultos esperam

Barcos opacos, de bancos vazios .

E nos horizontes em macilentos tons

Cinzas, pálidos, nas cinzas das lembranças.

Noite adentro virando madrugada!

Garoa de águas dos céus, indiferentes

Lavem a minha fronte fria, a noite se foi!

Chegará o dia!!!!!

antonio noronha-14