PARADOXO
Privado da visão
Encarcerado em uma vida sem luz
Ele pode ver mais do mundo
Que um outro com vista perfeita
É que apesar da deficiência
Ele vê com os olhos da alma
E viaja através das imagens que cria
O outro, embora sem restrições
Pode estar refém da rotina e da monotonia
De uma vida sem perspectiva, vazia
O primeiro embora não possa ver
Idealiza as belas imagens que concebe
O outro, embora possa ver
Não percebe as lindas imagens que vê
E a vida prossegue
Com mais um de seus paradoxos
Enquanto um enxerga o que não pode ver
O outro é incapaz de enxergar o que vê