Encontro com minha essência.
Em partículas, quebrantado desfiz
a tristeza que um dia carreguei.
Em Epicuro e atomismo meditei
no que tanto me fazia infeliz.
E a resposta em Epiteto estava,
em Sêneca , em Marco Antônio.
Estoicos, filósofos de grande gênio!
Me pacificava, a mente iluminava.
Perdido em meu entorno colossal
Admirado, com medo, virgem,
da vida só via uma vertigem,
no mar eu sou um grão de sal.
Infinito! Tome todo meu ego
minha mente, não se contenha!
Humilde e contrito faço a resenha:
Não quero culpa , não nego!
Freudiano, filho de Marte
Regido pela agulha escarlate
Antares brilhando me abate
Pisciano do cardume sou parte.
Entretido nos belos cânticos
De Cecília, Vinícius e Jobim,
Sigo vivo, encantado por mim
Narciso de toques românticos.
Narciso morre no trágico final,
Mas, quero me cuidar bem
e já percebi que não vou ao além,
tão cedo Virgílio me aparta do mal.
Ele ajudou Dante a sair do inferno
Por que não haveria de me ajudar?
Eu também conheço seu cantar...
O caminho de dor não será eterno.
Rafael L. Ribeiro