Quero, não quero...
Quero sorrir, tal qual uma criança inocente a brincar,
Quero seguir cantando, ainda que a voz embargue,
Quero apreciar os mistérios perfeitos, mas complexos,
Quero me deslumbrar com a existência em suas biologias...
Criações sublimes de mãos que amam.
Não quero ser uma consumidora medíocre,
Não quero ser um cartão de débito, menos de crédito,
Não quero ser apenas um documento CPF,
Não quero me deixar inebriar, pois não sou droga...
Para o sistema podre que ofusca os sentimentos.
Quero passear pelas artérias da história de minha vida
Quero ser atriz principal no elenco da minha novela
Quero dançar todas as músicas no tablado da existência
Quero ser como a poesia, bela, mas inútil,
Ou simplesmente ficar em transe como num surto psicótico.
Camila Nascimento.
São Luís, janeiro, 2016.