Anda, anda e anda

A gente anda, anda e anda,

Se não fosse russo, seria menos belo?

Não, não seria! Mas talvez não seria lido,

Aqui todos lhe enterram.

A gente anda, anda e anda,

Talvez se fosse uma criança,

Ou talvez só fosse um canto delas,

Daqueles sem sentido, seria lembrado ao eterno.

A gente anda, anda e anda,

O que fazemos em festança,

Salvo algumas vezes, raras não são as vezes,

Que nos dias que se seguem, roem-nos as cabeças,

Machucam-nos os sentidos.

A gente anda, anda e anda,

Enche-nos de esperança o desejo oscilante,

Apesar do destempero marcante,

Ainda a graça é andar e viver.

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 04/07/2019
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