Fetiche
Daquela plácida multidão humana,
O excitante chorume do alienável,
Advém, como néctar, ao descartável,
Trazendo consigo a luxúria cigana.
A vida de ventos flácidos em sinapse,
Se disfarça em breves doses de cálice,
Num mimetismo da divina barganha,
Que aos celestes herdeiros apanha.
Estará, na alegre ausência, a rotina?
Ou, será o desapego que fascina,
A visão de sempiterna orgia?
Sob a luz daquilo que não havia,
Apenas o olhar da Górgona abomina,
O fetiche que a todos alucina.