DEBAIXO DA ARVORE FRONDOSA
DEBAIXO DA ÁRVORE FRONDOSA
A poesia,
quando quer
se revelar pra mim,
me pede
que tire antes,
uma soneca debaixo
de uma árvore
frondosa.
Ela acha
que dormindo,
sentindo a fresca
amena da tarde,
os versos,
livres como pássaros
canoros,
podem cantar
árias angelicais.
Vem das frondes
das árvores,
então,
o canto sutil
da poesia campesina,
que derrama
os seus versos
em meu sono vespertino.
A poesia, assim,
em qualquer instante
de inspiração,
vem de fatos, de motivos,
de experiências,
de realidades
carnais e espirituais;
e a soneca
do corpo físico,
sobre a cama ou debaixo
da árvore frondosa,
é apenas
um recurso
da alma do poeta
visitar a eternidade;
e de lá,
trazer a poesia
instantânea,
sugerida
por anjos celestiais.
Escritor Adilson Fontoura