Poço De Pragas
Subindo morro abaixo
Vejo acima estilhaços
De verdades
De mentiras
De amor
De tudo um pouco.
Carrego por dentro
Um morto.
E correm
Desanimadas mensagens
E caem sobre o mesmo poço
Poço cheio de pragas
Que evaporam ao calor
Sobre o peso dessa gente
A gritar as mesmas palavras
Jogando ao chão o muro
Que não suportou
As mesmas perguntas pregadas
Os mesmos ‘’por quês’’ molhados.
E agora
Resta-me poucas
E ainda sim são tantas
Tantas as palavras
O desenredo se perdeu
Talvez o joguei
No mesmo poço
Onde habitam as palavras pesadas
Onde evaporando ao calor
E trazem as nuvens
Que se formam no céu
Dividindo-se em singulares gotas ao cair
Gotas de mentiras
De verdades
De amor
De
Desenredo.