LIMITE

Algo me diz que cheguei ao meu limite

Tudo que era importante para mim

Alegrias e sonhos que a vida permite

Eu mesmo estraguei os planos que eu fiz

Eu bem sei que nunca mais vou te ver

Nem mesmo uma ultima vez

Não vou olhar nos teus olhos como antes

Nada será tão bom o bastante

Sempre quando tudo acaba

Nós damos uma ultima gargalhada

Ela é tão suave e elaborada

Só para não ser notada

Eu não entendo como pode ser

O infinito ser tão bonito

E a gente nem perceber

Que sempre precisamos de alguém

Mesmo de um estranho, para nos proteger

Num mundo demente e sem lei

Sinto-me exilado em uma colônia

Rodeada de dor e de prazer

Onde as crianças tem fome e insônia

E outras são abortadas antes do sol nascer

A esfinge esfomeada governa a cidade

Vamos nos esconder ao anoitecer

E procurar pela verdade

Quando der toque de recolher

É só seguir cordialmente a serpente

Para o rio profundo

Lá onde não tem vertente

E esconde a historia do mundo

Siga cordialmente a serpente

Ela vai nos levar para um lugar diferente

E vai nos devorar lentamente

Siga cordialmente a serpente

Minha consciência está a me chamar

É uma voz que não quer se calar

É alguém que veio me buscar

E não sei para onde vão me levar

Estou no limite da noite, do amor e da vida

É o limite dos choros e das gargalhadas

O limite das lagrimas inutilmente derramadas

Que eu nunca mais vi e nem ouvi

Cheguei ao meu limite

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 15/06/2019
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