LIMITE
Algo me diz que cheguei ao meu limite
Tudo que era importante para mim
Alegrias e sonhos que a vida permite
Eu mesmo estraguei os planos que eu fiz
Eu bem sei que nunca mais vou te ver
Nem mesmo uma ultima vez
Não vou olhar nos teus olhos como antes
Nada será tão bom o bastante
Sempre quando tudo acaba
Nós damos uma ultima gargalhada
Ela é tão suave e elaborada
Só para não ser notada
Eu não entendo como pode ser
O infinito ser tão bonito
E a gente nem perceber
Que sempre precisamos de alguém
Mesmo de um estranho, para nos proteger
Num mundo demente e sem lei
Sinto-me exilado em uma colônia
Rodeada de dor e de prazer
Onde as crianças tem fome e insônia
E outras são abortadas antes do sol nascer
A esfinge esfomeada governa a cidade
Vamos nos esconder ao anoitecer
E procurar pela verdade
Quando der toque de recolher
É só seguir cordialmente a serpente
Para o rio profundo
Lá onde não tem vertente
E esconde a historia do mundo
Siga cordialmente a serpente
Ela vai nos levar para um lugar diferente
E vai nos devorar lentamente
Siga cordialmente a serpente
Minha consciência está a me chamar
É uma voz que não quer se calar
É alguém que veio me buscar
E não sei para onde vão me levar
Estou no limite da noite, do amor e da vida
É o limite dos choros e das gargalhadas
O limite das lagrimas inutilmente derramadas
Que eu nunca mais vi e nem ouvi
Cheguei ao meu limite