A chuva
A chuva confusa.
Transtornando minha mente totalmente.
O céu triste pintado de cinza.
Fascina.
Aterroriza.
Nesse momento me alucina.
Atormenta de maneira tristonha.
Então sonha.
A visão na estrada atrapalhada.
Embaçada pelas lágrimas que molham a estrada.
Que escoa pelo para brisa do carro.
Fica turva.
A chuva nesse instante difusa.
Inunda sem piedade as ruas da cidade.
Tão difusa que desnuda minha mente tão inocente.
A chuva diurna.
Tão escura.
Seria noite?
Tão açoite que perfura a minha imaginação.
A chuva obscura.
Que tortura, perturba e não cura.
A chuva ingênua ao mesmo tempo tão feroz.
Deixando trêmula minha voz.
A chuva na estrada que maltrata.
Que mata.
A chuva que cai de forma torrencial como uma nota musical numa melodia de agonia.
Que ironia.
E aquele som irritante e cortante a todo instante do limpador do para brisa.
Avisa do perigo eminente.
A mente entende.
Sente o perigo.
Preciso de um abrigo.
O tempo parece não passar durante toda a estrada.
E retarda a chegada.
O corpo tão cansado e exausto provocado pela tensão de tanta atenção.
Faz bater mais forte o meu coração.
Confesso, rezo e peço Senhor torna meu caminho perto.
(Almeida, M. M. de)