Mané Mago
Quanta elegância em um graveto. Parece um espeto. É tão magrelo e singelo. Ele é belo. A sua cor se confunde com a terra. A espera de superar mais uma era. Que pena sua era do ponto de vista de outro ser na terra é mera espera. Desfila de forma quase imperceptível. Seria invisível? Alguns o chamam de bicho pau. Mas ele não é mau. Caminha lentamente confundindo nossa mente. Tão diferente. Dificilmente nos deparamos com esse ser tão esperto e de perto e que podemos notar sua existência. Com sua cor desbotada encontrei este ser caminhando na calçada. Na verdade ele estava receoso. E imóvel tentava se proteger e se fazer ausente naquele ambiente pra tentar de forma paciente escapar mais um dia deste mundo tão inconsequente. Pois é tão indefeso que confesso ele é simplesmente belo.
(Almeida, M. M. de)