Poesia I
Acho que estou perdendo meu dom,
Se é que escrever poesia pode ser considerada dom...
Se não, apenas, uma criatividade de escrita...
Acho que estou perdendo o charme,
De deliciar-me entre as palavras,
De decifrar aquilo que é indecifrável!
No passado escrevia sobre sonhos,
Coisas bobas de adolescente...
Há alguns anos escrevia sobre dor,
Anteontem, de amor,
E hoje, escrevo de incertezas.
Adoro escrever sobre tudo,
Inclusive quando o assunto gera reflexão,
Mas acho que o que me cabe mesmo
É escrever sobre a dor...
Dor essa que deveras sentimos,
E que o poeta finge não sentir...
Dor essa que me aflige,
Pois sei que posso passar, novamente,
Longos meses ou anos sem escrever...
Dor essa que esgotou e acabou com grandes poetas...
Dor essa que não sentimos,
Mas que mesmo assim, chega a doer.
Desculpe, não sou de escrever grandes poesias,
Mas escrever agora é necessário!
Não por uma questão de bem estar,
Mas por uma questão de sentir-me viva!
Nada me faz mais viva que escrever poesias,
Nada me faz mais viva!
Vejo poesia em todos momentos,
Em todos os lugares,
Dentre tantas cores,
Gostos e sabores.
Mas ainda há quem odeie os poetas,
E sempre quis arranjar resposta para tal questão...
Penso então, que várias respostas possam ser formuladas,
Dentre tantas, destaco uma:
Os poetas, trazem para alguém
aquilo que só Quem está no mais alto do céu pode trazer,
A esperança!
E portanto, percebo que escrever poesias,
A partir da reflexão que fiz enquanto escrevia esta,
Também é um dom,
Um dom dos mais bonitos,
Dom que liberta as almas...