VELADA ALFORRIA

Vivi e vivo uma fantasia

Talhada nos livros de história

Registrando em minha memória

Essa forjada alforria

Não foi por benevolência

Não foi um presente real

Foi pressão, luta e resistência

Ante tanta violência

Que ao algoz era legal

Lei Áurea não libertou

Apenas soltou corrente

Mantendo um povo carente

Dependente de um Senhor

Que aboliu o literal tronco

Mas a senzala se fez presente.

Herdamos o chicote que mata

O preconceito e o racismo

Em nossas mentes.

Embaixo deste tapete

Ainda há muita indecência

Parece não queremos ver

Q vivemos a demopseudo

O País ainda não é de povo livre

O País ainda respira o feudo.

(Val Mello)