TINTA
Chove, como chove
Na tarde fria de Quinta
Chove na planta sedenta
Chove na terra faminta
Que chova, também
Sobre os homens
Alguma cor, uma tinta
Que de tão leve e invisível
Nenhum ser humano a sinta
Mas pinte ao tocá-los
Por dentro
Com a tintura mais linda
E assim a secura que temos
Seja para sempre extinta
Chove, deixem que chova
Não parem a chuva ainda
Se vem para lavar nossas almas
A chuva da vida é bem vinda