MEDO

Oh doce medo que me azedas,

Que encharcas meus olhos de tristeza.

Que destila veneno ao sorriso,

Que embarcas nos desembarcos

Dessa minha nau trôpega.

Oh névua do medo.

Tu sussuras delirantemente,

Tu embaças minhas pupilas,

Tu me fazes, tão bem, ser frio

Nesse caldeirão que é a vida.

Oh medo que me ensinas,

Que me dá garras,

Que me dá presas

E que tão bem me proteges.

Oh medo,

Terei que conviver contigo,

Abraçando-o,

Ou

Vencendo-o.

Felipêncio Júnior
Enviado por Felipêncio Júnior em 27/05/2019
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