MEDO
Oh doce medo que me azedas,
Que encharcas meus olhos de tristeza.
Que destila veneno ao sorriso,
Que embarcas nos desembarcos
Dessa minha nau trôpega.
Oh névua do medo.
Tu sussuras delirantemente,
Tu embaças minhas pupilas,
Tu me fazes, tão bem, ser frio
Nesse caldeirão que é a vida.
Oh medo que me ensinas,
Que me dá garras,
Que me dá presas
E que tão bem me proteges.
Oh medo,
Terei que conviver contigo,
Abraçando-o,
Ou
Vencendo-o.