A vida é boa quando ela é sentida ...

A vida é boa quando ela é sentida, quando ela é percebida. E não quando se está constantemente feliz.

Pois de nada adianta uma felicidade se não existe consciência disso. Sentir fluir a vida em cada momento dos seus diversos sentimentos, é lindo. A felicidade não é o sentimento de maior valor para se querer tanto e como o único objeto de empenho, e essa medida de quem vale mais, é uma variante adequada a necessidade exigida no momento. Um sentimento só terá mais valor sobre outro, quando for no momento dele. Fora do seu momento, ele de nada servirá além do propósito desconexo.

Quando um não está, um outro tem a vez. E senti-los reconhecidamente como uma particularidade, soa melhor do que negá-los em sua totalidade (incluindo a "real felicidade"), substtuindo-os por uma conformidade mercante e fabricada: felicidade constante. Muitas vezes reconhecida como sendo o contentamento e o bem estar da vida.

Uma felicidade que só se satisfaz com aquilo da feira. Uma sempre felicidade, que assim não é sinônimo de estar bem.

/-Ela é uma pessoa legal de ter por perto, ela está sempre bem/feliz.

E será ela uma pessoa que está sempre bem/feliz, por que se sente sempre bem, ou ela está sempre bem/feliz por que querem ela sempre bem/feliz, para caber lá também?/

Ninguém precisa estar feliz para estar bem, ele pode estar bem sem precisar esbanjar sorrisos. Sorrir não é sentimento de bem estar, sorrir é uma expressão facial que muitos sabem vesti-la sem a necessidede do sentimento de bem estar. Sorrir, aqui é ensinado, é educado, é treinado. E é em muitos entranhada uma cara feliz sem estarem mesmos felizes, para agradarem a necessidade de uma felicidade constante a que todos estão inseridos para serem inseridos. A busca por uma felicidade fabricada é constante (mesmo que a felicidade não seja assim, ininterrupta). Estar sempre feliz é uma condição posta para ser aceito no meio. O que movimenta uma busca interminável por algo que jamais será alcançado como se imagina, como se conhece de ver no comercial da tevê.

Uma lágrima de tristeza pode também sofrer no contentamento de viver.

Mas essa necessidade de pertencimento danifica todo o movimento. E gera movimento.

Jardel Labes R G
Enviado por Jardel Labes R G em 21/05/2019
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