Hibernação

Cesta sem pão, sexta e o poema no chão,

Sem voo e sem asa, cadê esse coração?

Verso na sementeira, ainda não é um pão,

Não há aroma, não há nada, só frustração.

Rima pobre, rica é essa falta de inspiração,

Risos contidos, aplausos merecidos? Não!

Resta uma saída, hibernar na nova estação,

Depois do inverno passar, acordam mãos...

Com a primavera vem pássaro, até canção,

Sonhos embalando manhãs com emoção;

Noites e aquarelas. Saudade tem solução?

Quando no céu versos virarem constelação.