Tempestade
Barulhoso som de um trovão
Acordou-me em noite de verão
Inesperado, mesmo perante chuva forte
Não conseguirei mais dormir, que sorte
Caminho pelo escuro, guiado pela intuição
No banheiro, espelho revela reflexão
De um homem que não reconheço
Quem és tu, que me olha sem apreço?
A imagem parece copiar minha aparência
O que me faz odiar sua existência
Não possui meu sorriso
Nem a gentileza ou humor, que impreciso!
Disse a mim que representa a verdade
Que vive escondido em minha falsidade
Rejeito sua mensagem
É apenas um mal de passagem
Um relâmpago ilumina o local
Relembrando-me da realidade brutal
O monstro não vive dentro nós
Vem a fora, para evitar que eu fique a sós
Finge ser gente para se divertir
Esconde-se quando não tem pra quem mentir
Agora enxergo o verdadeiro eu
E desejo voltar a ser o monstro que me corrompeu