Tempestade

Barulhoso som de um trovão

Acordou-me em noite de verão

Inesperado, mesmo perante chuva forte

Não conseguirei mais dormir, que sorte

Caminho pelo escuro, guiado pela intuição

No banheiro, espelho revela reflexão

De um homem que não reconheço

Quem és tu, que me olha sem apreço?

A imagem parece copiar minha aparência

O que me faz odiar sua existência

Não possui meu sorriso

Nem a gentileza ou humor, que impreciso!

Disse a mim que representa a verdade

Que vive escondido em minha falsidade

Rejeito sua mensagem

É apenas um mal de passagem

Um relâmpago ilumina o local

Relembrando-me da realidade brutal

O monstro não vive dentro nós

Vem a fora, para evitar que eu fique a sós

Finge ser gente para se divertir

Esconde-se quando não tem pra quem mentir

Agora enxergo o verdadeiro eu

E desejo voltar a ser o monstro que me corrompeu

Bernardo Kleber
Enviado por Bernardo Kleber em 13/05/2019
Código do texto: T6646463
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