''POEMA CONFUSO''
Há um verso em tudo que vejo
Há uma rima em tudo que falo
Em tudo que sinto há um beijo
E há uma dor em tudo que calo
É pouco o plano que almejo
E muito para planejá-lo
Em quase tudo há um desejo
E com quem amo, eu não falho
Sou feito de um amor escandaloso
E de uma dor inflamável
De sentimento puro
De alegria e choro interminável
Busco sempre o intenso
Ser justo é ser implacável
Apreciando cada momento
Vivendo melhor e sendo amigável
Há o sol e a terra, o universo denso
Há o cérebro e o corpo encravado
Tudo existe nesse tempo
Não distorça esse fato
Mentira é mentira ao contrário de bom senso
Imaginação é um vigor da arte e não um fardo
O monstro está de baixo da cama esperando
Eu durmo chorando, tentando evitá-lo
Enxugo lágrimas no antigo lenço
O tiro do bolso da minha calça de trabalho
Jogo o sabão de cheiro excêntrico
E aperto o botão da máquina que liga em um estalo
Querendo ser criança, aquele berço
Mas me sentindo injustiçado
Nessa espera infinita
Do coração impossível, para amá-lo
Sou um poema confuso
Que fica mais estranho ainda
O escrevi num banco de praça
Pensando em como tudo isso
Pode caber
Em uma só vida...