Sangue
Cortei os pulsos da ingratidão
O rubro líquido jorrava
Na palma da minha mão
Cortei os pulsos do sentimento
O rubro líquido pingava
No duro chão de batido cimento
Cortei os pulsos da dependência
O rubro líquido escorria
Nos anais da consciência
Cortei os pulsos da esperança
O rubro líquido coagulou
Perdeu toda a pujança.
Só ainda não cortei
E jamais cortarei
Os pulsos da loucura
Pois é seu sangue que
Nos sustenta
Para enfrentar
Esta louca vida dura.