Alice

Nem teu pior sonho

Sangra como a dura realidade

De não viver o que se sonha

Tamanha é a vulgaridade

Bisonha e lúgrebe

Da atual sociedade

Através do espelho

Nada é visível

Tampouco nós mesmos

Tudo tão imprevisível

Navegamos a esmo

Tentando encontrar

O que não perdemos

Nos perdendo

Na constante busca

De encontrar a si mesmo

Quem dera existisse

Desaniversário

E o relógio, sem imbrólio

Trabalhasse o contrário

Não temeríamos o passado

E cada falha ou pecado

Quando chegasse a hora,

O dia, seria apagado

Construiríamos novos castelos

Não de cartas, mas reais

Sentimentos mais belos

Sinceros que creais

Olhares mais singelos

Sem querer ser mais

Saberíamos o caminho

Que efetivamente nos servisse

E até o faríamos sozinhos

Se companhia não existisse

Ora! isto é apenas literatura

Que encanta e faz

Por um momento esquecer

Que a vida é muito dura

Mas é preciso reconhecer

Que apesar desta loucura

E da eterna procura de ser feliz

É glorioso e maravilhoso viver.

Carmitto
Enviado por Carmitto em 11/05/2019
Código do texto: T6644876
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