Tempo completo

O sol brotou com a luz do meio-dia

Aclarando ausências distintas: Uma rua que não fosse viela,

Uma vida que não fosse a minha.

Os tropeços calçam os pés

E ensinam a caminhar,

Mas em seu ritmo descompassado

Faz-se o tempo de chegar.

Com seu contraste contido,

Cansado de, em vão, esperar

Que a luz do sol permita

O brilho da noite entrar

Enlaçada à lua iluminada

pelo mesmo sol que lhe dá lugar.

És um amante da noite!

Como o boêmio e o bar.

Tens consigo um sentido duplo, duas faces de um olhar:

Com o dia corre as crianças, descalças a imaginar...

Com o mesmo descompromisso de um boêmio

E sua vida fugaz.

De ternuras se faz a noite

Que abriga a alma do dia

Com os cuidados noturnos

De uma pura magia - inerte à luz do sol –,

Mas viva ao final do dia,

Quando as estrelas expõem o seu brilho

Em companhia da lua,

Revelando as belezas cativas

Na noite que se faz escura.

Paulino Marx
Enviado por Paulino Marx em 11/05/2019
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