Em face do que se vê
Em face do que se vê,
Quebra-se a confiança,
Fomenta-se a destemperança,
Desfaz-se a aliança.
Porém, não percas a esperança!
Em face do que se vê,
Destrambelha-se de vez,
Alquebra-se a altivez,
Amarela-se a tez.
Mas, não percas a sensatez!
Em face do que se vê,
Ensurdece-nos o barulho,
Pratica-se o esbulho,
Comparam-nos a entulho.
Só não diminuas o orgulho!
Em face do que se vê,
Deseja-se o desterro,
Planeja-se o enterro,
Adora-se o bezerro.
Contudo, não coadunes com o erro!
Em face do que se vê,
Abala-se a comunidade,
Subleva-se a cidade,
Duvida-se da humanidade.
Então, não permitas a continuidade!