RIQUEZA INSOLENTE

RIQUEZA INSOLENTE

Se hei de rico ficar,

Rogo ao meu deus,

Para que minhas ideias eu não mude,

Do contrário, prefiro pobre continuar!

De que serve guardar um milhão,

Esquecer as raízes e a família,

Os amigos de outrora,

A solidariedade e a gratidão?

De que adianta a ostentação,

palácios e carros de luxo,

Numa vida tão passageira,

Que se acaba debaixo do chão!

De que serve tanta riqueza,

Se a saúde e a paz não se compra,

Nem o amor do mais humilde,

Constatação da mais absoluta fraqueza!

Eis a lição que se tira de tanta avareza,

Se perde a capacidade de sentir,

A dor e a necessidade do próximo,

Transformando-nos no pior tipo de pobreza.

Aquele que é feliz de verdade,

Não precisa de grandes fortunas,

É rico de amor e amizade,

Não se perde na vaidade.

De que vale ter um dinheirão,

Se ao necessitado não ajuda,

Se morremos a qualquer hora,

E nenhuma moeda vai no caixão?

(Ivan Lopes, Maio de 2019)