O enterro
das

flores!


Z
Todos os dias, por anos a fio
Dava-lhe flores com muito carinho
Eu tudo fazia pra te impressionar
Mas a paga, que sempre me davas
Eram os seus nãos,
...seus agudos espinhos!
 
Não ornava seus vasos
Nem beijava com ternura, uma flor
Sequer demostrava alegria no olhar
Porém a paga que sempre me davas
Eram os seus nãos,
Ficando então só eu, com essa dor!
 
Nem vasos e nem carinho
Tampouco me destes um sorriso, uma esperança
Ali jogadas ao léu, buquês e mais buquês, á secar
...a mim, a paga que sempre me davas
Eram os seus nãos,
Ficava eu na ilusão de sua ínfima lembrança!
 
Secando num buraco, uma-á-uma, todas morreram
Fizestes um jazigo e nele plantastes o meu amor
Meus sinceros desejos em buquês que fui te entregar
Pagaram e apagaram as mágoas por ti doadas,
Calaram-se os seus nãos,
Pois renasceu um jardim mais bonito, no meu coração!
 
Me enganei por anos seguidos
Alimentei e dei valor para quem não merecia
Peguei uma flor e novo amor, fui procurar
Estava ao meu lado e eu nem percebia
Todos os sins que me davas,

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Desde então, nunca mais fiquei só.