Outono
Nuvens negras, folhas secas
Vento gélido, singular
Acalenta esta tortura
Agrura, despótica fase
Faz do visto, minha base
Pro futuro, suportar
Nuvens caem, chuva preenche
Inundação de puro frio
Traz à pele o arrepio
Silencia o rouxinol
Até que o primeiro raio de sol
O céu volte a cortar
Chuva cai, escoa o sujo
Malefício de viver
Da morte, faz renascer
Na íris dos olhos teus
O arco repleto de cores
Atônito, a vislumbrar
Novo verde cresce em galhos
Nova vida a germinar
E, com seu canto singular
O singelo rouxinol
Banhado pelas bênçãos do Sol
Volta aos céus, a pairar.