O ESPELHO

Quando eu olho no espelho.

Vejo uma vida de orgulho.

Os traços no meu rosto a marcar,

Histórias que tenho a lembrar.

Cada ruga tem um valor precioso.

Anos de um combate laborioso.

O sol também, não perdoou,

E a minha face ele manchou.

O olhar não brilha como no início.

Quando de fantasia, ainda era cheio.

Perdeu a inocência pura da meninice.

E a delicadeza bela da meiguice.

Mas, não perdeu a esperança.

Ainda almeja como criança.

Concretizar projetos do passado.

E acredita que o mal, será derrotado.

Ao olhar no espelho, a vida volta à tona.

E numa retrospectiva de maratona.

Lembranças esquecidas voltam em filme.

Em curta ou longa metragem, mas sublime.

O cabelo branco, da memória, não se exime.

Tem o seu mérito, no mal ou bem, e se exprime.

Como numa película antiga, me vem os risos.

Nos lábios que tiveram aventuras e motivos.

Da minha idade, nunca tive nenhuma vergonha.

Pois é maravilhoso poder acordar pela manhã.

E saber que fomos abençoados com mais um dia.

Rugas e flacidez são prêmios de ousadia.

Quantas histórias eu pude por aqui viver.

Quantas pessoas eu tive o prazer de conhecer.

Quantos amores, decepções, alegrias e encantamento.

Tudo isso, só é motivo de muito agradecimento.

Sendo assim, nunca tema o seu reflexo.

Ele te lembrará o quanto você é complexo.

Abrace seus traços com muito carinho.

Muitos partiram, mas, você continua o caminho.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 18/04/2019
Código do texto: T6626561
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