INDiGNAÇÃO

Um dia um jovem branco me perguntou

Por que o povo da sua raça andam revoltados,

Simplesmente respondi-lhe com rigor

Por causa da indignação deste povo que um dia foi escravizado.

Existe ainda a visão escravocrata da contemporaneidade

Em relação a cor e classe social,

Sinto forte indignação da tal desigualdade

Que recheiam a mente humana de que devem achar isso normal.

Deixo uma pergunta no ar

As revoluções acontecidas na história foram por acaso?

Fiz essa indagação para você pensar

Que cada caso é um caso.

Quantas vezes fui a uma agência de empregos

Me apresentar numa entrevista a fim de sair das estatísticas de desempregados,

Por conta da minha cor foi intencionado: o preconceito

Por este motivo não serei contratado.

Vejam só como as lacunas se adequam ao perfil de uma sociedade

Que critica a raça que faz parte da miscigenação deste lugar,

Para a visão de muitos, negros não tem vez no convívio da humanidade

Caso ele apareça neste convívio, pode ter certeza de cima a baixo vão te olhar.

Eles vão me olhar não porque encontrou em você alguma beleza

E sim vão me olhar com um olhar preconceituoso só porque sou da periferia,

Enquanto pra mim entrar numa universidade é um sinônimo de fortaleza

Para a classe dos ignorantes eu estando neste ambiente é motivo de ironia.

Como posso ficar de sorriso na face

Se é assim que vêem o povo da minha descendência,

Para representar meu povo não preciso de disfarce

Porque ser negro não pesa a minha consciência.

MATUSALÉM DAS POESIAS
Enviado por MATUSALÉM DAS POESIAS em 13/04/2019
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