O passado é uma roupa que não me serve mais
Costumo me pegar pensando em quem eu era
as coisas que eu gostava
tento me lembrar da última primavera
por quem eu chorava?
Sinto falta de algumas manias
de outras nem tanto
me perco nessas saudades tardias
afinal, esse antigo eu ficou por algum canto
O passado ainda canta pelas redondezas
mas um eco distante, vindo lá de trás
o presente ao meu lado, indo na mesma direção
e o futuro prometendo uma nova emoção
Mas ainda assim o passado me cativa
a nostalgia bombando em meu peito
em minha mente quero cada memória viva
tudo que me decepcionou, que me orgulhou, cada feito
Sempre me perco nessa confusão
nessa estrada de dúvidas segurando o futuro
mas sem que do passado eu largue a mão
Alguns dias tento vesti-lo em meu ser
cobrir meu corpo, quem sabe me aquecer?
Em breve vestirei o futuro, mas hoje visto o presente
e por mais que cada lembrança volte persistente
Já não entram, as medidas não são proporcionais
o passado é uma roupa que não me serve mais