funerais,
o imperceptível torna-se ...
esclarecedor, nítido e visível
são literais, ensinas-te ...
feito livros de gramática,
as maiores riquezas
perdem-se todo valor
mitos, ganâncias e garrafas ...
espalhadas pela casa, espelham-me,
e tudo aquilo q' pensas entender ...
volta-se: contra ti, tornando-o
mais sensível e menos visível
como um cadáver esquecido
em sua cova amaldiçoada,
amo pessoas ...
mas quanto as outras?
ame a todas! todas se vão
para nunca mais voltar
não vivas em vão
cada segundo ...
lhe asseguro
nunca mais
voltará !!!
enxergas-te a morte
dentre um corpo frio
dentro de uma caixa
entre um copo vazio
e o encher da taça
olhos congelados
esvazia-se a vida,
todo um passado
q' nada representa,
apresentando-nos:
toda insignificância ...
sentir-se incapaz
em meio a azares
e pequenas sortes
impossível continuar,
sozinho, vazio, morte: um trio
prendo-me a curativos: enfaixas-te
dores enraizadas, empacoto: seladas!
destinatário: baú da alma (fundo)
apresentam-se as sobras ...
o lado bom disso tudo
surgem novas obras ... (profundo)
bom, não sobrou muito
artes vazias guardadas
onde guardas entulho
segredos e medos ...
mesmo com tudo,
quero cultivar isso
cultivar vicios ...
cultuar nada !!!
atuar nunca ...
sem dar valor ao q' importa
já que portas ... abrem-se
fecham-se ... e no fim
nada disso importa.