Aonde eu moro?
Moro ali, aonde eu durmo.
Ali, onde impera o escuro,
Que me fazem do ‘’mundo’’ excluído.
É, ali no canto daquele muro.
Moro aonde todos me veem,
Mas me torno um invisível.
Moro no relento ao tempo,
Mas não deixo de viver.
Moro ali naquele canto,
Coberto pela negra noite.
Moro lá com lamento,
Com estrelas como limite.
Moro ali, onde é meu abrigo.
Sem o digno e sonhado teto,
Meus companheiros e amigos.
Nutrindo-nos de singelo afeto.
Moro ali, por favor da vida,
Por ser desabrigado.
Moro lá por não ter saída,
Pois sou obrigado.
Moro ali, onde o vento me acaricia.
Onde convivo face a face com o medo.
Moro onde a solidão me balbucia,
A triste realidade sem nenhum segredo.
Moro ali, no canto daquele muro.
Com o pouco que me resta.
Moro com as esperanças sem rumo,
Buscando um sonho na fresta.
Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.