Esses meninos...
Suas tintas de criança
não pensaram nessa tela
vazia e sem lembrança
no escuro da favela
permanecem miúdos
esses meninos
[não]crescem.
Paletas de infância
sem cores, só dores
de fome e de frio
nas noites insones
o medo e vazio
esses meninos
[não]dormem.
Aquarelas de olhares
perdidos, cabisbaixos
vigiados por soldados
presos por algemas
expulsos do futuro
esses meninos
[não]vivem.