Não falo mais Francês
Não tenho nenhuma habilidade para cozinhar em panela de barro
E não tenho para confessar
que com doze anos, furtei Laranjas de um caminhão que passava em Cachoeira
enfrente a estação de trem
Já não falo mais francês, e
Abandonei os movimentos que gritavam palavras de ordem, e plantavam sementes de maconha só par variar...
Não assisto missa, nem vou a estádio de futebol
Sou um poeta solitário
sem instrumentos e sem palco
Guardo comigo uma letra que fiz para Elis
A calça
é a mesma
a alma também
o corpo está envelhecido
A poesia não obedece a conceitos
Tenho uma marca de ferida na perna
outra no peito
E ainda lembro de quando minha mãe dizia:
-entre meu filho passe a tramela na janela, e vá estudar.
Saudades de D Letícia!!!
Usava didal para cozir às roupas puidas, costurava como se estivesse debruçada na linha do tempo e dobrava para fazer fuxico
um caneco de esmalte na mesa para o café
não preciso dizer mais nada!
cuscuz com ovos e a quentura dos olhares da família
O caráter saiu dali
Enquanto o pôr do sol se esconde na praça
As chuvas invadem e inundam os quintais esperando a primavera florir