Dinossauros

Há milhões de anos,

muitos antes dos dinossauros,

já o planeta se mudava

em quente e frio, em frio e quente,

e milhões de seres pereciam.

Mesmo na época em que caminhavam

quase solitários pela terra

os imensos dinossauros,

não estavam eles livres dos humores

desse planeta instável e mau humorado:

erupções vulcânicas, lagos ferventes,

terremotos e maremotos estremeciam

os frágeis continentes suspensos sobre os mares.

Assim vive em ciclos a terra:

fenômenos naturais criam e matam

milhões de criaturas, renovando a vida

em cada um de seus breves suspiros.

Dentro do espaço infinito,

um grão (talvez menos) de areia no cosmo.

Para nós, homens tão pequenos, falso paraíso

de imensas riquezas, de mares sem fim, de montanhas tão imensas.

Eis o planeta Terra, Gaia chamada, de água formada,

embelezada por rios, lagos, montanhas, mares, animais

e, entre tanta vida e tanto mistério, o homem, o mais frágil.

Não, não é o homem nem mais frágil nem mais forte:

ei-lo apenas como o único que pode,

em gestos tresloucados,

destruir ou salvar esse mundo tão imenso e, ele sim, tão frágil,

tão desprotegido e, ao mesmo tempo, tão medonho e desconhecido.

Dinossauros seremos, sem pegadas a marcar o tempo de nossa existência,

se, sem pensar no futuro, destruirmos o presente.

TRAPICHE DE VERSOS E AFINS:

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