Deteriorado

Meus sonhos são margens

De rios cruzados,

São como escritores solitários

Inconfinados em uma casa,

Escrevendo à luz de velas.

O saber é perspectiva de quem sabe,

E não sei se serei feliz,

O que morreu nas profundezas é o que não é nada.

Meu papel de andarilho

Vagando pela casa,

Pensando no pequeno átomo de existência

Nas selvas do mundo,

Percebo que não sou nada,

Nada do que eu poderia ter sido.

Meu amigo imaginário.

Conversa comigo,

Trazendo à tona,

Os versos enigmáticos e retóricos

De minha insignificância.

Ultrapassando o meu habitat natural,

E caindo sobre o cansaço,

Na reação em cadeia do dia seguinte,

Nada me atinge,

Apenas fingo não receber o ataque de pensamentos nômades

E vivo o dia seguinte.