INFERNO

Digo do meu inferno, o de Dante pertence a ele e que de lá não saía, e se, saindo, sorva o néctar das geleiras para sentir o quanto de frieza há na alma desses políticos miseráveis que envergonham a nossa história.

Só se pode falar do inferno quem nele habita. De longe as labaredas, as chamas, são fagulhas sem realismo.

Só há profundidade no desespero de quem caiu no abismo de si mesmo, no flagelo da perda do pêndulo e da lucidez.

Miseráveis são todos os que arrastam as fornalhas das ilusões. Miseráveis!

Miseráveis são todos que, conhecendo a verdade, assistem às páginas de servidão...

Miseráveis são os poetas que não conhecem Augusto dos Anjos, Adélia Prado, Cora Coralina... e fazem elogios a Paulo Coelho.

Digo do meu inferno, o de Dante é dele, e sendo dele que se queime.

Lázaro zachariadhes
Enviado por Lázaro zachariadhes em 18/03/2019
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