Toda viagem é solitária
UM GRAFITE NA MÃO DO POETA
Um grafite na mão do poeta
Rasga a película e mancha os verbos de cores, dando-lhes cortes imprecisos
Refiro-me a relacionamentos, encontros e ocasiões especiais.
O grafite na mão do poeta desliza expondo sentimentos imaturos que
Ao mergulhar na busca do conhecer-te, abre-se um atalho, uma página
E um perfil revela:
Toda viagem é solitária.
O grafite descreve roteiros imaginários.
Com a imprecisão, as marcas devem contornar o perfil
Mesmo que seja dos desencontros
Refiro-me à caminhada enquanto juntos.
O grafite nas mãos dos amantes
Desliza leve imitando o vento brincando com os lírios dos campos
O sonho reescreve o caminho
Mesmo que tenha sido... só defeitos...
As mulheres entram em nossas vidas como obras de arte
Vêm prontas, roteiro definido, e até o cenário elas trazem decorado.
Trazem um nicho emocional acarpetado, aparentemente simples
– Aparentemente!
O fundo esconde um estilete afiado e paisagens difíceis de grafitar.