Feito de Raiz
GRITO! não há silêncio em mim
Meu corpo é feito de raiz
Tudo que sinto, traduz você que planta,
Mas não é feliz
Carcome calado em silêncio o seu fardo
Sinto na transparência densa
De uma boca podre
Quão de pureza, da própria poesia que não existe
Que sangra no espaço do teu peito caído
Na pauta dos direitos humanos vencidos
Escravos de unhas grandes cravadas ao chão
E se dizem irmãos
São todos inimigos
Que no silêncio emitico
Concede-lhe a mão
Semeadura aberta
Colheita estreita
Homem do campo
Planta a saúde mas tem um corpo doente
Não há cura
Teu silêncio
É a nossa sepultura.