O Poeta e o Trem
A poesia é uma meta
como um navio que deixa o porto e segue, é preciso
e se distancia, e se perde...
Antes, imaginei que tivesse consciência; hoje; vejo que o meu desespero, é consequência.
Não escrevo por pura covardia!
Falta-me leveza
Ha palavras que deformam, outras, viram abrigo.
A lingua devassa agride e açoita, ao mesmo tempo,
embala a criança que acorda assustada
Sou e tenho consciência
De minha inquieta pobreza
Isso é pouco!
Escrever é coisa de louco
Estou no limiar da sensatez
Apenas desejo
Fazer um recorte
E sendo um crítico contumaz o conteúdo está apodrecido.
-Todo poeta que não garimpa merece a guilhotina.
Versos, qualquer um escreve.
Pessoa, Clarice, Patativa, Thiago de Melo e Cora Coralina. Esses: velejam!
Perderam o corpo na última tempestade inclusive Cecília Meirelles. Adélia Prado me disse que está vindo!
Avisei a Milfa:
Fomos para a estação.
O trem não veio.
Que pena!