À mesa, a fartura
Oh, criatura dos olhos arregalados.
A morte o sepulta
em fome miserável.
À mesa, a fartura.
O prato não mata sua gula,
Oh, insano desejo, insuperável.
Àqueles nem a mesa o resta,
o aguarda uma fagulha
de pão tão desejado.
Calejadas quebram em pedaços,
Mais um dia de luta
Com o sorriso estampado.
Quem dera todos almejacem,
À mesa um pouco que lhe sustentasse.
Não caberia espaço a fome.
Aurora a todos teriam,
dias de unção
de todos os miseráveis.