PLENILÚNIO
Havia simplesmente
Havia muito mais
Havia muito menos
Havia até o que não existia
E havia o que nunca haveria
Ali na soleira da porta
Entreposta e sobreposta
Enquanto se ouvia aquela sinfonia
Ou seria ladainha que a ninguém servia
Nem mesmo a quem por ousadia
Se fazia de imbecil
Se vestia de melancolia
Que fingia apatia
E nada aludia da triste
Realidade que o acometia
Do fim da luz do sol
Ao raiar do novo dia.