Dos olhares no tempo
No corre-corre da cidade grande
Múltiplos passos se perdem pelo caminho
Às vezes vazios, às vezes repletos
Com o caminhar gritante que dita o ritmo
No corre-corre da cidade grande
A rotina massacra os dias
Os desejos somem
Com o caminhar gritante que dita o ritmo
No corre-corre da cidade grande
Os anseios que, resilientes, resistem
A vontade que pulsa
Com o caminhar gritante que dita o ritmo
No corre-corre da cidade grande
As faíscas que nascem do acaso
Adormecidas, surpresas, vivas
Com o caminhar gritante que dita o ritmo
No corre-corre da cidade grande
A prosa que se desenvolve sem pressa e compromisso
A experiência que se desenvolve na leveza
E o caminhar que flui
No corre-corre da cidade grande
O tempo que desacelera
A vida que emerge
Os sentidos se expandem
No corre-corre da cidade grande
A prosa se acaba e o relógio volta a correr
Seríamos os mesmos de antes?
Ou estaríamos diferentes?
Não sei, só sei que foi assim
Diz o poeta
Eu nada digo
Apenas aguardo pelas próximas fogueiras
Andarilho