O PODER É PASSAGEIRO





Existem comandantes,
Que não sabem comandar.
O poder sobe pra cabeça,
Ele começa a delirar.
 


Antes de chegar no topo,
A todos ele estende a mão.
É o cara admirado,
Pra tudo tem a solução.
 


Só se conhece o canalha,
Quando ele chega lá.
Confunde propriedade,
Com a palavra comandar.
 


Só depois de algum tempo,
É que a ficha vai cair.
Quando é substituído,
É que passa a refletir.
 


Ele pensa: fui babaca
Não ajudei, atrapalhei!
Eu pensava saber tudo,
Hoje sei que nada sei.
 


Os amigos que eu tinha,
Quase todos, eu perdi.
O poder me trouxe alguns,
Para o poder usufruir.
 


Desprezei grandes soldados,
Meus sargentos, maltratei.
Não tive tempo pros amigos,
Minha porta, eu fechei.
 


Não, não, não valeu à pena,
O poder logo acabou.
Agora, eu estou sozinho,
Na reserva e sem valor.
 


Quando a amizade é sincera,
Não há noite, não há dia.
A consideração é sempre mútua,
Independente de hierarquia.