SOBRE O CHÃO, O RASO E O SOMBRIO
Se eu tivesse voz agora,
escolheria ficar calado.
Se eu tivesse
ao menos um único
neurônio são,
escolheria não pensar.
Escolheria perplexo pairar
sobre o chão, o raso e o sombrio
que furtivos permeiam
nosso ar.
Arquivo de equívocos,
a História é tudo aquilo
que pensamos saber.
O real parece tão sólido
que de tão sólido
parece real.
Então, sem voz e calado,
sem razão ou pensar,
eu elevo meus olhos
e visualizo o brilho
e idealizo e sigo
sem chão a pisar
mas ainda vivo.