Debaixo do Sol - O 12º Andar
Debaixo do Sol - O 12º Andar
Percebi ainda debaixo do sol,
Que tudo parece ser maior que o ser vivente.
Os prédios, os planos, o preço.
E o no décimo segundo andar não há paz,
Na janela o vento sopra insegurança,
Olhar para baixo, mundo minúsculo demais.
Todas as palavras ditas ainda trêmulas,
Quem sabe algum dia o térreo seja ideal e
Faça com que as ideia sejam estáveis, pois
Essa vida que se acomoda é irracional.
Tanto tempo está sendo roubado,
Lhe falta relógio e vive sempre em atraso.
Falta água, calma, sobra lágrima e cansaço.
E nem a seca seria tão vil,
quanto o arrependimento.
Nessa cama não cabe mais lamento!
E a riqueza não é um bom argumento.
Apesar da largura desse impecável vão,
A essa altura se perde entre tantos nãos.
Eu subi, subi para rever o passado, peso!
Nessa balança o peso é sempre desigual.
Não faz-me bem ver em volta tanto mal,
Mas é sempre assim, martelo e martírio.
Flagelo e refém - esse mal lhe faz bem
Seu eu pudesse somente lhe alumiar,
Mas me perdi em tanta escuridão e apesar
De estender a mão, não vi sua mão também.
Desci preso a me olhar,
Deixei o que pude deixar.
Um abraço, um afago, a ideia de um lar.
E agora caminho, aguardo sozinho
Minha aposta, a resposta, o ponto findar.
Victor Cunha