Entre o Céu e o Inferno
O que será da Poesia 
Se a inspiração for este mundo?
Nunca, um poeta foi um ser "normal":
Poeta é criatura de olhar profundo
Que, da superfície, enxerga lá no fundo...

Será então possível fazer Poesia
Sabendo que seu semelhante não faz uma refeição há dias?
Como poetizar a homofobia, a ganância, a hipocrisia?
Conseguirá o poeta dançar com as palavras de amor do seu traidor?

É guerra, é fome, é fundamentalismo, é morte...
É solidão, é dor...

Mas... para cada poeta, uma façanha!
Ele, criatura estranha, não espera o amor brotar em flor:
Tira-o de suas entranhas!

E, por tanto amar, ele há de valsar entre o sorriso e a lágrima,
Absorver a beleza da primavera e, de palavra em palavra,
Atravessar o inverno...
Sim, haverá Poesia!
Pois esta é a sina do poeta :
Transitar entre o céu e o inferno! (Andreia Jacomelli)
   
/// Faces da mesma moeda, /
Sabemos, é o bem e o mal, /
Poeta, escolha: qual /
Face deixar para cima? /
Só não vá escolher mal, /
E assim perder a rima, /
Pois todos nós somos feitos, /
Dos dois centros de poder, /
E só vence, não tem jeito, /
O que você eleger. /  (Francisco de Assis Góis)

Nota: Honrada pela interação inteligente e repleta de sentimento do Poeta Francisco de Assis Góis, a quem sou grata. AJ

 
Andreia Jacomelli e Francisco de Assis Góis
Enviado por Andreia Jacomelli em 08/02/2019
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T6570102
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